Cantor deixa de ser um fenômeno passageiro e se firma como um dos principais artistas do país, o maior do sertanejo na atualidade. Ele é quem mais vende discos no Brasil
Cantor é quem mais vende discos no Brasil
Luan Santana não para de crescer. Aos 20 anos, o cantor que vimos surgir aos 17, quando estourou com a música Meteoro, está se tornando ainda maior com o lançamento do CD e DVD Luan Santana - Ao Vivo no Rio (Som Livre). Em um mês, o CD e o DVD venderam 260 mil cópias e consagraram o artista como um dos maiores do país atualmente, capaz de quebrar até a famosa resistência que o público carioca tinha contra o segmento sertanejo.
Em 2008, Luan Santana se tornou um fenômeno ao conquistar o cobiçado público adolescente com a música sertaneja. Hoje, ele é o maior vendedor de discos do país, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Disco (ABPD), e a 26ª celebridade mais ativa na web mundial, de acordo com a revista americana Billboard.
Prova disso é que, na semana passada, Luan esteve entre os assuntos mais comentados mundialmente no Twitter depois de uma campanha das fãs. Algo pouco comum de acontecer com artistas do Brasil.
Toda essa moral pode ser confirmada também com os números do show do DVD (também em Blu-ray), que reuniu 15 mil pessoas no Credicard Hall, no Rio, e teve os ingressos esgotados uma semana antes.
Com orçamento de cerca de R$ 2 milhões, o projeto chama atenção pelas novidades tecnológicas que o próprio Luan sugeriu: além de saltar no palco por uma catapulta popularizada nos shows de Michael Jackson (1958-2009), o cantor sul-mato-grossense é içado por cabos e praticamente flutua sobre a plateia durante a sugestiva música Voar. Ao final, se despede do público como num passe de mágica, sumindo por trás da fumaça.
O DVD tem participação de Ivete Sangalo, que o trouxe para o Carnaval baiano deste ano; de Zezé Di Camargo & Luciano; e da cantora espanhola, radicada no México, Belinda, que talvez seja sua primeira ponte para uma carreira internacional. Na entrevista a seguir, saiba os próximos planos de Luan e as datas dos seus shows na Bahia, em junho: em Cruz das Almas, no Forró do Bosque (dia 23), São Francisco do Conde (24) e São Gonçalo dos Campos (25).
Neste seu segundo DVD, você apostou na participação de grandes artistas, incluindo a pop star latina Belinda. Você já se sente preparado para uma carreira internacional?
Quando começamos (eu e meu empresário Anderson Ricardo) a estruturar como queríamos o segundo DVD, pensei em algumas participações. Aí veio a ideia de ter a dupla Zezé & Luciano, de quem sou fã desde criança, e da Ivete que acho uma artista completa e maravilhosa. Além de uma excelente cantora, é minha amiga. A Belinda eu conheci quando fomos gravar um programa da Hebe e pensamos que uma voz latina ficaria muito legal. Pela proximidade com a Belinda decidi convidá-la e ela aceitou, a música ficou muito boa. Quanto à carreira internacional, isso é um projeto futuro. Por enquanto nosso objetivo é divulgar este novo trabalho.
Você cantou com Ivete Sangalo no Carnaval de Salvador. Como foi a experiência de cantar em um trio elétrico para tanta gente?
Foi uma experiência única, fiquei com ela em cima do trio mais de 5 horas e participei várias vezes no trajeto de Campo Grande. Adorei! Salvador tem uma energia maravilhosa, o ano que vem quero voltar pro Carnaval.
Com qual outro artista baiano você gostaria de fazer uma parceria?
São tantos nomes bons, vamos aguardar.
Depois do dueto no DVD, Luan cantou Química do Amor com Ivete Sangalo em cima do trio
Por sinal, como surgiu o interesse em gravar a música Palácios e Castelos, do compositor baiano Levi Lima?
Eu pesquiso muito, ouço muita coisa, inclusive do Nordeste. Quando ouvi esta música, achei que a letra tinha uma pegada que ficaria legal com os arranjos que pensamos. Eu gostei do resultado e já é um sucesso nos shows. A galera canta muito.
Já tem data para lançar seu DVD em Salvador ou em outra cidade da Bahia?
Estamos com agenda de shows agora no Nordeste por conta das festas de São João. Já neste mês de maio, estaremos nos em Piauí e Maranhão, Teresina e Fortaleza e depois, em junho, tem Cruz das Almas, no Forró do Bosque (dia 23); São Francisco do Conde (24); e São Gonçalo dos Campos (25), aí na Bahia. E também São Miguel dos Campos, em Alagoas. Estamos rodando muito o Nordeste. Daqui a pouco vamos para Salvador.
O seu primeiro DVD foi um cartão de apresentação do seu trabalho. Neste segundo, você se sentiu mais à vontade para arriscar e incluir mais influências pop nas músicas?
Acho que no primeiro também teve alguns acordes diferentes, mas neste segundo com certeza colocamos mais. Por exemplo, As Lembranças Vão Na Mala tem uma influência do rock light americano e, na música Desculpas, o arranjo no formato acústico apresenta um som no violão que tem um toque de arranhado entre o som das cordas. Achei que era um jeito inovador na música sertaneja.
O que mudou artisticamente no Luan desde o início da carreira até esta nova fase?
Eu acho que continuo o mesmo Luan que saiu de Campo Grande pra fazer shows no Brasil todo. Acho que posso falar que agora não tenho mais tanto tempo pra fazer as minhas coisas pessoais.
Apesar da atual maratona de shows, você pretende reduzir um pouco o ritmo para aproveitar também outras coisas da juventude?
Em 2010, que foi o nosso primeiro ano viajando por todo o Brasil, chegamos a fazer 27 shows em alguns meses. Este ano, nosso objetivo é no máximo 20 shows por mês. Com isso, poderemos ter mais tempo pra atender a imprensa, fazer programas de televisão e ainda encontrar tempo para voltar pra casa e ficar com minha família nos dias de folga, fazer churrasco e tomar tereré com os meus amigos. Tereré é uma bebida típica do Mato Grosso do Sul, uma espécie de chimarrão, só que é gelado.
Este ano, o Restart vai lançar um filme sobre o grupo. Muitos artistas e bandas na história do pop fizeram isso. Você, que já fez participações especiais em novelas da Rede Globo, não pensa em fazer o mesmo e brilhar também no cinema?
Não está nos meus planos lançar um filme. Com relação às novelas que participei (Malhação ID, no início de 2010; e Morde & Assopra, agora em março), eu não tive que representar ninguém e fui eu mesmo, apresentei minhas músicas e interpretei minha vida no dia a dia. Não levo jeito pra ator, sou cantor sertanejo mesmo.
Em breve será lançada, pela pela editora Creative Books, uma biografia sobre você. Não é muito cedo? Qual sua opinião sobre isso?
Não será bem uma biografia, nem um livro ilustrado. Na verdade, a ideia é mostrar os bastidores de como eu cheguei até aqui com histórias que ainda não foram publicadas.
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